retrocesso. Senta que la vem história!
Gostaria de começar falando do agora, do que eu possuo e do que eu almejo a frente. Mas vou voltar lá atrás. quando eu tinha 07 anos de idade.
2003, um ano antes de meus irmãos gêmeos nascerem, eu me lembro em recordações falhadas, algumas coisas que eu vivi.
Lembro-me de estar morando num barraco elevado feito de madeirite, poucos vão saber o que é morar em um barraco, em péssimas condições. Algumas lembranças que tenho são de amigos, família, necessidades que passei e escola. Vamos falar primeiro de família.
Moravam neste barraco, meu pai, minha mãe, minha irmã com um ano de idade mais velha que eu, e eu. Minha mãe era alcoólatra, sendo nós de classe baixa, baixíssima. Passávamos muitas necessidades, de vestuário, de alimentação. Voltando ao alcoolismo, minha mãe viciada em cachaça comprava todos os dias um corote e se embebedava pelo o dia todo, vivia cambaleando pelas ruas, disso eu me lembro, e foi tempos difíceis. Meu pai, o homem da casa, nessa fase de nossa vida, o trabalho dele era sair nas ruas com uma carroça revirando os lixos da cidade, lembro-me dele catando papelão na rua pra sustentar não só nossa família que neste barraco morava, como a outra família que ele tem também constituída por (um filho homem, e três filhas mulher, e a ex-esposa). Lembro-me de muitas brigas entre meu pai e minha mãe, aquele alcoolismo estava destruindo um casamento e quase a ponto de destruir aquela família. Vamos entrar no assunto necessidades agora.
Morando em um barraco, com uma mãe alcoólatra, e um pai que sustentava a família com o que achava nos lixos das ruas da cidade. assim levávamos a vida, de migalha em migalha. Sendo que meu pai sustentava duas famílias, no total de 6 filhos, uma ex-esposa e uma esposa. assim vivíamos. tinha dias que meu pai deixava de comer pra poder colocar comida na mesa só para os filhos, e assim levávamos. Quando chovia muito, e batia aquela ventania, nosso barraco de madeira começava a balançar, e as telhas que fazia a cobertura do barraco ficava se batendo, em dias mais intensos de ventania trovoada e chuva forte, tinha telhas que voavam, era catastrófico a situação, e eu só tinha 07 anos e me lembro de tudo.
Lembro-me de quando minha mãe me carregava no colo pelas ruas, bêbada, e as vezes caia comigo na rua. Lembro-me de flashes dela indo em um bar indo fazer ligação para nossos parentes da Bahia.
Me recordo de um dia que era 1° de abril, dia da mentira. Estava voltando da escola a favela estava toda alagada, chegando perto de casa minha mãe me disse que nossa vizinha iria me dar um tênis pra eu ir la buscar, cheguei na casa da vizinha perguntando do tênis e ela disse que não tinha nenhum tênis pra me dar. Voltei pra casa e minha mãe então disse que era mentira de 1° de abril. Fiquei bravo nesse dia porque estava chovendo e a rua estava cheia de água e eu me sujei todo pra chegar até a casa da vizinha pra tudo aquilo ser mentira.
Sobre amigos. Tive alguns na minha infância que não vejo mais hoje, como os filhos de nossa vizinha, ela tinha alguns filhos, e nós brincávamos de tudo quanto é tipo de brincadeira sem essas coisas de celulares e tecnologias, celular naquele tempo era pra gente adulta. E tinha mais um amigo a parte, que morava em outra rua perto de minha casa também, ele se mudou a pouco tempo pra perto de nosso barraco, a casa dele era de bloco, toda feitinha, uma casa bonita. e ele tinha vídeo game, novidade pra mim. ele tinha brinquedos, tinha DVD, tinha bicicleta,...
Ficávamos o dia todo na casa dele brincando, jogando videogame, lembro muito de assistir Toy Store na casa dele, lembro-me dele comer o recheio dos biscoitos recheados e deixar só o biscoito sem recheio, e eu comia. Aquilo pra mim era satisfatório, biscoito em casa era luxo, então com recheio ou sem recheio já satisfazia.
Lembro-me dos dias de São João, assando batata doce na fogueira.
A escola era tranquilo, eu me lembro dos professores serem bem rígidos, lembro-me de quando criança nessa base de 05-07 anos, eu fazia coco na sala de aula sentado na cadeira, porque eu era omisso na hora de pedir pra ir no banheiro, ou quando pedia a professora não deixava ir. Tenho recordações das professoras me dando banho e colocando roupas limpas em mim do "achados e perdidos".
São muitas histórias, mas as da infância ficam por aqui, num breve futuro, direi como foi daqui em diante e como eu vim chegar até aqui.
Meu nome é Dani Erick, estou no meu vigésimo primeiro ano de vida, e essa é minha história da infância.
Comentários
Postar um comentário